La_fille_du_regiment_Donizetti_3_immortal_pieces_of_opera_music

“La fille du régiment” é um fogo de artifício de vozes e apela a dois grandes intérpretes dos principais papéis. O protagonista feminino de Marie combina a grande voz com a de uma personalidade teatral excepcional e o protagonista masculino o acto de poder tenor dos 9 altos C’s de “Pour mon ame”.

 
 
   

 
 

“Pour mon ame” Ária de tenor de Tonio com C’s altos

“Pour mon ame” é a peça mais famosa da ópera “La fille du régiment” e uma das famosas árias de tenor de sempre. Merece isto principalmente pelo facto de exigir do cantor um incrível 9 C’s de altura em apenas 2 minutos. O desafio da ária é que os C’s altos devem ser cantados com um tom de peito robusto e entoação clara (deve notar-se que no momento da composição, o C alto pode ter sido cantado apenas com o falseteto. Tenor Duprez cantou-o pela primeira vez com o tom do peito, o chamado “do in petto”, em William Tell em 1837, estabelecendo o tema do Heldentenor).

As actuações de Pavarotti em MET desta obra de 1972 tornaram-se desde então uma lenda. Com esta ária, ele levou a audiência de assalto e, com a subsequente digressão pelos Estados Unidos, tornou-se definitivamente o tenorissimo no continente americano e no globo terrestre. Foi-lhe atribuído o apelido de “Rei dos Altos C’s”.

“La fille du régiment” é uma das maiores gravações que Pavarotti fez. Foi apenas a sua segunda gravação completa da sua ainda jovem carreira discográfica. John Steane (“A grande tradição”), o crítico influente fala de uma das melhores actuações de tenor gravadas em qualquer lugar, cantada com a delicadeza do artista maduro e a voz florescente do jovem sob a forma da sua vida. O jornalista musical Edward Greenfield esteve presente nas sessões de gravação e relatou que esta ária foi gravada várias vezes antes de ser “na lata” e Pavarotti repetiu este acto de tensão vezes sem conta, sem resmungar.

Pour mon ame – Pavarotti

 
 
   

 
 
   

A grande cena da aula de canto

Esta cena tem um modelo bem conhecido, a lição de canto de Rosina de Barbiere di Siviglia. Donizetti conhecia este trabalho, é claro, e fez uma peça independente. Como na Barbiere, Marie deve cantar uma ária à moda antiga com trills e roulades languorosas (Le jour naissait dans le bocage), que a Marquesa acompanha ao piano com acordes quase grotescos e simples. Sulpice sabota-o com as interjeições da Rataplan. Marie começa a canção de boa vontade, mas logo, para horror da Marquesa, ela volta para o exército com uma cascata de escalas e arpejos e canta o canto regimental. A Marquesa fica consternada com a recaída após 1 ano de treino.
 
A segunda versão é novamente uma gravação ao vivo onde Nathalie Dessay simplesmente leva o ouvinte para longe com as instalações cómicas.

Le jour naissait dans le bocage – Dessay / Corbelli

 
 
   

 
 

O reencontro com Tonio e o tercet

Este tercet é um produto típico da Opéra comique. Quase se tem a sensação de já antecipar Offenbach, que escreveu as suas primeiras operetas 15 anos mais tarde. Os elementos repetitivos e a melodia exuberante imbuídos de ritmos dançantes são profundamente semelhantes a opereta. A capacidade de Donizetti de se adaptar às condições locais valeu-lhe o apelido de “camaleão musical”.

Tous les trois réunis – Dessay / Florez / Corbelli

 

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